Nessa quarta-feira, 21 de fevereiro, cerca de 3 mil trabalhadores da ativa e aposentados participaram de manifestação no Centro do Rio de Janeiro em defesa dos participantes do Plano Petros do Sistema Petrobras – PPSP e contra a cobrança de taxas extras prevista no Plano de Equacionamento do Déficit – PED. Empunhando faixas, o grupo marchou até o Edifício Sede da Petrobras, na Avenida Chile, mostrando sua indignação com a direção da Petros, que anuncia um suposto déficit de R$ 27,7 bilhões.
Na ocasião, o Diretor Procurador do SINDMAR, Marco Aurélio Lucas, que integra o grupo de trabalho que contesta o PED, defendeu veementemente a suspensão das cobranças extras. “Os marítimos e os petroleiros estão unidos contra este absurdo! Estamos dando à Petros, à Previc (Superintendência Nacional de Previdência Complementar) e à sociedade o recado de que não podemos concordar com um equacionamento açodado, que não está avaliando elementos novos que surgiram nesse cenário. É um equacionamento que certamente vai causar prejuízo a muitas famílias”, declarou Lucas.
O marítimo aposentado Pedro Paulo Modesto Pires lamentou a decisão precipitada da Petros e se mostrou preocupado com os prejuízos que o PED causará aos participantes. “A Petros deveria assumir a sua responsabilidade. Ninguém avisou que a gente poderia passar por uma situação dessas. O pessoal está revoltado! Vamos correr atrás dos nossos direitos, senão, como vamos sobreviver? ”, ponderou.
A Petros agendou o primeiro desconto para março, apesar de todas as falhas apontadas pelo grupo de trabalho formado pela Federação Nacional dos Trabalhadores em Transportes Aquaviários e Afins – FNTTAA, pela Federação Única dos Petroleiros – FUP e pela Federação Nacional dos Petroleiros – FNP. Incoerências como a aprovação do equacionamento antes da conclusão do recadastramento dos participantes, a falta de cobrança das dívidas que as patrocinadoras mantêm com a Petros e cálculos atuariais imprecisos estão entre as questões contestadas pelas Entidades Sindicais. Outro ponto importante neste contexto é o compromisso assumido pela Petrobras, quando o PPSP foi criado, de que a empresa se responsabilizaria por encargos adicionais ao Plano.