Os candidatos apoiados pelo SINDMAR tradicionalmente têm vencido as eleições do Conselho de Administração (CA) da Transpetro desde a primeira vez em que elas foram realizadas. Exatamente por isso, entendemos que temos fortes motivos para zelar pela garantia de transparência no processo eleitoral, para que não pairem dúvidas sobre o sistema adotado pela Transpetro, especialmente no que se refere ao fornecimento de senhas para os empregados marítimos e à participação destes na votação. Entendemos também ser necessário que se realize acompanhamento de todas as etapas do processo eleitoral por uma empresa de auditoria independente, contratada para este fim pelas Entidades Sindicais. Desta forma, o SINDMAR encaminhou no dia 8 de julho de 2016 um ofício à Transpetro solicitando providências para corrigir deficiências e garantir a necessária transparência do processo de eleição do representante dos empregados no CA da Transpetro.
Na última eleição realizada, houve uma quantidade surpreendente de votos entrando no sistema da Transpetro em horários em que normalmente não há pessoas votando. Análises realizadas pelo Sindicato, corroboradas por informações trazidas pelos representados, nos levam a concluir que o total de votos apurados entre os empregados marítimos é incompatível com a participação declarada pelos nossos representados após o encerramento do pleito, o que nos leva a questionar se realmente foram os empregados marítimos que realizaram a votação, e se existe alguma possibilidade de que tais votos tenham sido alvo de algum tipo de manipulação, com o que logicamente não poderíamos concordar.
O comportamento de entrada de votos, considerado atípico, suscita sérias dúvidas sobre o processo de votação eletrônica realizado pela Transpetro. As senhas fornecidas aos trabalhadores marítimos não foram geradas de forma eletrônica e aleatória e nem mesmo distribuídas em um processo inviolável. As senhas podem passar pelas mãos de diversos funcionários terceirizados de TI, empregados, gerentes e comandantes até serem finalmente entregues aos empregados que normalmente não as utilizam em suas atividades diárias. Além disso, não há, durante o referido processo, nenhuma comprovação de que as senhas tenham sido efetivamente entregues aos empregados. Foi notado também que apesar de não ser possível fazer a troca de senhas a bordo, por não haver rede da Petrobras nos navios, praticamente todos os marítimos conseguiram fazer a troca de senhas. Enfim, há uma série de fragilidades no sistema de votação adotado pela Transpetro que requerem providências.