Em visita ao navio Epic St. John, no último dia 1º de fevereiro, no Porto de Belém (PA), representantes do SINDMAR constataram condições sanitárias, de limpeza e higiene e de habitabilidade abaixo dos padrões estabelecidos pela indústria marítima. No fim de dezembro, a embarcação, afretada pela Petrobras para transporte de gás liquefeito na região Norte, já havia sido inspecionada por empregados da Transpetro que, no entanto, parecem não ter dado importância às más condições a bordo.
Foi verificado que a água utilizada para alimentação não passava por análises periódicas de potabilidade e os relatos foram de que a comida oferecida a bordo era irregular, feita com material de baixa qualidade e inadequado para consumo humano. Dentre as irregularidades, o SINDMAR encontrou alimentos armazenados em desacordo com as normas da Anvisa e sem controle de validade; banheiros sujos, com instalações hidráulicas deficientes e água armazenada em balde de produto químico reaproveitado, e uso de bombonas de produto químico reutilizadas e material improvisado na cozinha. Os flagrantes foram fotografados e anexados a uma denúncia enviada por meio de Ofício à Petrobras.
O SINDMAR denuncia, ainda, descumprimento da RN-72, tendo verificado que o número de tripulantes brasileiros a bordo estava abaixo do mínimo obrigatório. O Sindicato chama a atenção para o fato de o navio permanecer irregular mesmo depois de ter sido visitado por inspetores da Transpetro durante sua operação em Belém, sem que nenhuma providência tenha sido tomada pelos funcionários da subsidiária, e cobra da empresa, mais uma vez, fiscalização e combate das baixas condições laborais praticadas por armadores estrangeiros que operam navios na cabotagem brasileira sem cumprir a legislação.
Leia a íntegra do Ofício enviado pelo SINDMAR à Petrobras.