O Sindmar encaminhou um ofício à Solstad nesta quinta-feira, 9, no qual solicita esclarecimentos sobre a venda de 37 navios de apoio a plataformas (PSV) para a Tidewater – empresa americana que também presta serviços no setor.
No documento, o Sindicato manifestou preocupação com a possibilidade de perdas para os trabalhadores marítimos e com o processo de transferência para a Tidewater já que o comunicado distribuído pela Solstad não assegura, de fato, a manutenção dos postos de trabalho ou a continuidade do vínculo empregatício com a empresa compradora.
O presidente do Sindmar e da Conttmaf, Carlos Müller, ressalta que a participação da representação sindical marítima neste processo de transferência para a Tidewater – que é controladora da empresa PanMarine no Brasil – é fundamental para que tudo ocorra com transparência e dentro do que está previsto no acordo vigente.
“Diante da possibilidade, também anunciada, de transferência dos marítimos da Solstad para a Tidewater, o Sindmar entende que a forma mais justa e com menores riscos de perdas para os seus representados seria por meio do instrumento da sucessão empresarial, que foi utilizado por outras empresas nos últimos meses, em casos semelhantes, preservando as condições laborais, os salários, a senioridade e os benefícios de nossos representados”, sugere Müller.
Com relação às condições laborais praticadas pela empresa adquirente, a representação sindical faz um alerta a oficiais e eletricistas para que se mantenham vigilantes e relatem ao seu sindicato qualquer situação incompatível com o ACT, pois nessas situações nem sempre as empresas demonstram preocupação com o impacto causado nas vidas de seus empregados quando vendem ativos.
“O Sindmar está vigilante quanto à relação de trabalho de seus representados e buscará envolver as autoridades trabalhistas competentes. Não descartamos a possibilidade de ser necessária a mobilização coletiva dos marítimos a bordo dos navios caso os seus direitos não sejam contemplados ou se identifique a intenção de demissão em massa dos trabalhadores que atuam nas embarcações que serão vendidas”, conclui o presidente do Sindmar.
Entre os navios vendidos, cinco operam no Brasil: o Normand Titus, o Normand Starling, o Normand Scotsman, o Normand Swift e o Normand Tantalus.
Ao todo, 10 tripulações podem ser demitidas pela Solstad, de acordo com informações que representantes da empresa ofereceram aos trabalhadores.
A transação de venda da frota de PSV da Solstad gira em torno de US$ 577 milhões de dólares, cerca de R$ 3 bilhões na cotação atual.
*Foto: divulgação Solstad