O SINDMAR comunicou às gerências executivas de Poços Marítimos e de SMS da Petrobras que considera inaceitável a falta de segurança a bordo, que acarreta risco iminente de acidentes, em decorrência da fadiga a que armadores estão submetendo os Oficiais de Máquinas nas embarcações de apoio marítimo contratadas pela empresa.
Citando, como exemplo, as embarcações de estimulação de poços, que possuem contratos com valores acima de US$100 mil por dia, o SINDMAR chama atenção para o fato de que os armadores estão embarcando apenas dois Oficiais, um Chefe de Máquinas e um Subchefe de Máquinas, em navios que deveriam ser operados por pelo menos três Oficiais e um Eletricista. Os navios possuem praças de máquinas que o armador declara à Marinha do Brasil como sendo periodicamente desguarnecidas, mas, na realidade, faz com que sejam guarnecidas ininterruptamente por apenas dois Oficiais de Máquinas em turnos de 12 horas de trabalho e 12 horas de descanso, com horas adicionais para atender às demandas administrativas e de SMS do armador, da Petrobras e das autoridades brasileiras.
A atividade marítima nessas condições resulta, reconhecidamente, em cansaço físico, desgaste psicológico e sonolência. Os Oficiais de Máquinas acabam sobrecarregados e, alguns dias após o embarque, o corpo já demonstra sinais de alerta. Como a jornada de 12 horas ainda é acrescida de trabalho em atividades administrativas ou operacionais, o tempo de descanso e recuperação para o próximo turno é insuficiente.
O SINDMAR alerta para o fato de que a falta de um Oficial de Máquinas e de um Eletricista nas embarcações de apoio marítimo, com a operação dessas embarcações sendo realizada por apenas dois Oficiais de Máquinas, resulta em sobrecarga para o Chefe e o Subchefe de Máquinas, expondo os navios, suas tripulações e demais trabalhadores a bordo a riscos de acidentes que, dadas as características operacionais destes barcos, podem resultar em danos irreparáveis para a vida humana, o meio ambiente e a propriedade.
Acesse a íntegra do ofício encaminhado à Petrobras.