Mais e mais vai ficando óbvio que precisamos reaprender a juntar as nossas forças em defesa dos nossos interesses coletivos. Nos últimos anos, com todas as possíveis críticas que possamos fazer, tivemos governos que nos possibilitaram manter a nossa relação trabalhista sem esforços extremos dos trabalhadores. Mas, não devemos esperar que nos próximos anos haja possibilidade de manter o nível atual sem mobilizações intensas, robustas e efetivas dos trabalhadores.
As reformas que avançam no Congresso e as alterações propostas pelo governo em nossa legislação trarão novidades que começam a parecer inevitáveis. Para o governo fazer prevalecer os interesses dos grupos econômicos que o sustentam, ele conta como certa a demora de grande parte da população de nosso país em compreender o que de fato está acontecendo e lutar contra as ações que representam perdas importantes e definitivas para os trabalhadores.
As maiores ameaças não são contra os Sindicatos, como alguns preferem acreditar, mas, sim, os prejuízos são para os próprios trabalhadores, principalmente aqueles que ganham salários mais altos e contam com algum tipo de proteção na legislação que está sendo alterada, como é o caso dos Oficiais da Marinha Mercante.
Com a liberalização das relações de trabalho, a terceirização sem limites, a livre negociação com possibilidade de barganhar redução de direitos, a redução dos recursos de que os Sindicatos hoje dispõem para defender os trabalhadores e fazer enfrentamentos necessários, a facilitação da contratação de trabalhadores estrangeiros de baixo custo, entre outras “modernidades” que este governo propõe, por que ainda há quem imagine que a Armação aceitará continuar pagando o que nos paga hoje como salário e oferecendo benefícios de alto valor?
Será realmente que os Sindicatos é que terão de se esforçar mais do que se esforçam hoje para sobreviver e atrair associados? Ou serão os trabalhadores que se verão entre a cruz e a espada, tendo de encontrar coragem para participar efetivamente das ações que sempre têm sido propostas pelos Sindicatos, para que possam ter alguma chance de resistir?
Sindicato Nacional dos Oficiais da Marinha Mercante – SINDMAR