A Asso Marítima é uma das poucas empresas do setor de apoio marítimo a não contar com acordo coletivo de trabalho – ACT vigente com oficiais e eletricistas e tampouco procurou o Sindmar para negociar um.
Descontentes com a falta de interesse da empresa em regularizar a relação de trabalho, 83% dos marítimos da Asso que participaram da consulta da Conttmaf sobre o que estariam dispostos a fazer para conquistar um ACT justo optaram por convocação de assembleia, pelo Sindmar, para autorizar a decretação do estado de greve, com poderes para a diretoria do Sindicato decidir sobre o início das ações de paralisação coletiva.
Finalizada nesta terça-feira, 3 de maio, a consulta teve um voto apenas (8%) pela aceitação do ACT proposto pela Associação Brasileira das Empresas de Apoio Marítimo – Abeam. Não foram registrados votos na opção 3 da consulta, que estabelecia que os trabalhadores seguiriam aguardando, sem contar com as garantias de um acordo.
Ao longo de 2021, o Sindmar assinou ACT com quase 50 armadores do apoio marítimo. Os acordos com empresas que dialogavam com intermediação da Abeam foram negociados e assinados diretamente com cada uma e, hoje, a imensa maioria dos postos de trabalho do setor estão regulados pela norma coletiva.
No caso da Asso Marítima, o vácuo sem assinatura de ACT já chega a seis anos. A contraproposta enviada em 20 de janeiro de 2021 pela Abeam, em nome das empresas, foi definitivamente rejeitada com o resultado desta consulta.
O Sindmar avaliará o momento oportuno para convocar a Assembleia Geral Extraordinária, caso necessário, para autorizar a decretação do estado de greve.
Antes disso, porém, mantendo-se aberto ao diálogo e disposto a buscar um ACT justo de forma negociada, o Sindmar discutirá com seus representados uma proposta a ser enviada para a Asso Marítima, dando oportunidade à empresa de também se dispor a negociar na direção de um consenso para a assinatura do acordo.