Em mensagem circular enviada nesta terça-feira, 11 de dezembro, o SINDMAR alertou os Oficiais e Eletricistas da Hidrovias do Brasil para a necessidade de elevar o nível de mobilização a bordo em função da postura indiferente da empresa com relação às demandas dos marítimos, pleiteadas pela Representação Sindical. Ao mesmo tempo em que a Hidrovias se declara disposta ao diálogo, ela insiste em oferecer uma proposta de Acordo Coletivo de Trabalho – ACT sem correção salarial razoável e sem o registro de benefícios e condições laborais importantes para os trabalhadores.
O SINDMAR registra, ainda, o comportamento incoerente da empresa ao indicar que pretende aumentar a frota de navios praticando os salários mais baixos da cabotagem. Tal comportamento leva a crer que a estratégia da empresa priorize o crescimento de sua participação na atividade de transporte marítimo, praticando baixas condições laborais, sem oferecer contrapartidas adequadas para os marítimos que operam seus navios.
Em audiência realizada no Ministério Público do Trabalho – MPT/PA, em 10 de dezembro, a Hidrovias, se declarou “preocupada” com os seus empregados vinculados ao SINDMAR, alegando que eram os únicos a não receberem reajuste em 2018, em razão de sindicatos de outras categorias terem assinado o ACT proposto pela empresa. O SINDMAR ressalta que tal comportamento é uma típica tentativa de sensibilizar o MPT e pressionar o Sindicato a assinar um acordo nos termos que a empresa pretende.
O SINDMAR reafirmou o princípio de não assinar ACT com perdas para os seus representados e as suas representadas. A entidade destaca que defende os interesses coletivos dos Oficiais e Eletricistas, assim como a Hidrovias do Brasil defende, de forma legítima, os interesses de seus controladores e acionistas. O Sindicato entende que não há qualquer impedimento para que a empresa, de forma espontânea, aplique o reajuste com base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor – INPC aos salários dos Oficiais e Eletricistas por ela empregados. Não é necessária a anuência do SINDMAR para que isso ocorra.
Por outro lado, não é razoável a empresa esperar que o Sindicato se motive a assinar acordos com perdas para atender ao desejo da empresa de reajustar parcialmente os salários. Vale registrar que os empregados da Hidrovias não recebem reajuste há dois anos e a organização sequer cogita alinhar-se à prática das demais empresas da cabotagem, que pagam salários superiores aos que ela oferece.
Desta forma, cabe ao SINDMAR dar continuidade à conscientização de seus representados sobre as vantagens de mobilizar-se e lutar coletivamente para alcançar justa retribuição do armador pelo trabalho executado a bordo.