Foto: © NGO Shipbreaking Platform
Com os principais meios de comunicação especializados em assuntos marítimos, o site marineinsight.com, noticioso da indústria marítima mundial, destaca, em 15 de junho, a firme cobrança de explicações da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes Aquaviários e Aéreos, na Pesca e nos Portos – CONTTMAF às empresas do Sistema Petrobras quanto à destinação final dos seus navios para o desmanche criminoso nas praias do Sul da Ásia.
O documento da CONTTMAF denuncia essa prática como ação corriqueira da Transpetro e da Petrobras, que nos últimos cinco anos já enviaram mais de 20 navios de petróleo e gás para o desmanche em condições de extrema insegurança e perigo para os trabalhadores e o meio ambiente. A denúncia inclui ainda a informação de que esses navios foram construídos com financiamento do Fundo da Marinha Mercante, o que implica haver dinheiro público investido em uma tomada de decisão empresarial que coloca em risco vidas humanas e transfere poluição tóxica para outras nações em desenvolvimento.
Além dos danos já causados, outras seis embarcações da Petrobras já foram destinadas para demolição e ainda estão em águas brasileiras. A ONG Shipbreaking Platform somou-se à iniciativa da CONTTMAF e alertou as autoridades brasileiras quanto à ilegalidade da exportação desses navios, sob as regras da Convenção de Basileia. Até o momento, nenhuma explicação foi dada pelo governo.
Na edição 46 da revista UNIFICAR, o Sindicato Nacional da Marinha Mercante apontou que, além do Sistema Petrobras, outras empresas brasileiras estão envolvidas nessa prática suja e danosa. Nos últimos dois anos, a mineradora VALE enviou 5 navios para o desmanche nas praias de Bangladesh e do Paquistão, onde pelo menos 79 trabalhadores foram severamente mutilados e 55 foram mortos somente em 2016. Entre esses trabalhadores, o jovem de 35 anos, Mukhlesur teve o corpo totalmente esmagado enquanto movia uma imensa placa de metal do navio Ore Timbopeba, da VALE, em Chittatong, em Bangladesh.