Macaé (RJ) – Após tomar conhecimento de diversas irregularidades nos equipamentos de segurança e salvatagem da embarcação Varada Maresias, do armador Neyah Ship, operada no Brasil pela empresa Galáxia Marítima e afretada pela Petrobras, o SINDMAR denunciou o caso à empresa petroleira e solicitou providências imediatas para garantir a segurança dos marítimos a bordo.
Na manhã desta quinta-feira, 27, o navio realizava abastecimento de combustível no Porto de Macaé e pretendia sair em viagem para a Bacia de Campos, quando foi visitado por uma força tarefa da Petrobras, tendo em vista a gravidade das denúncias que envolvem itens de segurança sem os quais a embarcação não poderia se fazer ao mar. Durante a inspeção de segurança, ficaram constatados problemas sérios a bordo e a saída do navio foi suspensa pela Petrobras até que fossem estabelecidas condições seguras de operação.
A lista de itens que impedem a saída da embarcação inclui os seguintes problemas:
– Bote de resgate com motor inoperante;
– Falta de tripulantes previstos no Cartão de Tripulação de Segurança;
– Dead man alarm da PMaq inoperante;
– EEBD com prazo de validade expirado;
– Extintores portáteis de incêndio com a revisão expirada.
A visita foi acompanhada pelo Delegado Regional do SINDMAR em Macaé, Ariel Montero, que também constatou diversas reclamações da tripulação sobre assédio e intimidação por parte da administração, que serão verificadas.
O capitão do Varada Maresias informou recentemente ao Port State Control (PSC) que o motor do bote de resgate havia sido reparado e enviou fotos à Autoridade Maritima Brasileira para comprovar a realização de um suposto exercício. Porém, durante a visita, ficou evidenciado que as informações não eram verdadeiras e que o motor nunca havia sido reparado. Foi observado também que o capitão prestou declarações falsas à Autoridade Marítima. Na lista de tripulantes, um deles estava declarado como se fosse marinheiro (AB3), embora assinasse diversos documentos de bordo na função de imediato e também exercesse a função de operador de Posicionamento Dinâmico (DPO). É possível que isso tenha sido feito para burlar o cumprimento da RN-72 ou para esconder a falta de um marinheiro de convés na tripulação.