A busca pela informação na Era do Conhecimento
Hoje, a informação está ao alcance de (quase) todos. Os avanços tecnológicos da era digital propiciam o acesso a infinitas fontes de informação, das tradicionais e conservadoras, comprometidas com a manutenção do establishment, às alternativas e independentes. Na Sociedade do Conhecimento, mais do que nunca, informação é poder. E a busca pela informação é obrigatória.
Não é novidade para ninguém, mas sempre é bom lembrar que, no Brasil, a grande mídia está concentrada nas mãos de sete famílias: Marinho do conglomerado Globo, Abravanel (Sílvio Santos) do SBT, Edir Macedo da Record, Saad da Band, Frias da Folha de São Paulo, Mesquita do Estadão e Civita da Editora Abril. Esta grande mídia tradicional – com emissoras de TV e de rádio, jornais e revistas, sites e redes sociais – detém um enorme poder político, de informar, de manipular, de formar e de deformar. E as mídias regionais do país, que produzem pouco material próprio, limitam-se a reproduzir o que é distribuído pelos principais veículos de comunicação.
Nos últimos meses, os brasileiros vêm sendo bombardeados com notícias tendenciosas sobre o processo de impeachment da Presidente Dilma Rousseff o governo interino de Michel Temer, a situação econômica, a Operação Lava Jato e seus desdobramentos. Na tentativa de induzir a opinião pública, a manipulação e a distorção dos fatos estão presentes nos mínimos detalhes, nas narrativas e nas imagens. Felizmente, no entanto, vem crescendo o número de veículos de comunicação alternativos e independentes que procuram oferecer outras visões e opiniões, servindo de contraponto à informação pasteurizada e perniciosa. Embora sem o mesmo alcance da grande imprensa, a mídia independente e alternativa vem ganhando cada vez mais espaço e público, em um sinal inequívoco de que as transformações propiciadas pelos avanços tecnológicos estão contribuindo para democratizar o acesso à informação.
Neste momento de grave instabilidade política que o País atravessa, o jornalismo independente e a mídia alternativa têm sido fundamentais para desmascarar as reais intenções que movem a nossa grande imprensa e dar visibilidade a tais fatos.
Com o Brasil mergulhado em uma das piores crises de sua história, mais uma vez a grande imprensa brasileira desempenha um papel lamentável, se não criminoso, ao alinhar-se a interesses espúrios sob o falso manto da imparcialidade. No entanto, esta ação insidiosa tem sido firmemente denunciada e confrontada tanto aqui como no exterior. A situação é tão surreal que, além dos veículos independentes e alternativos brasileiros – que têm na capilaridade da internet e das redes sociais uma grande aliada na disseminação de informações diferenciadas – alguns dos principais e maiores veículos de comunicação do mundo – como e New York Times, The Economist, El País, e Guardian, Le Monde, BBC, CNN e vários outros – também questionam a legitimidade do impeachment, ressaltando que nossos problemas podem ficar ainda piores e mostrando a incongruência da imprensa brasileira, que distorce a realidade e segue atuando contra o governo democraticamente eleito.
Um dos jornalistas mais respeitados da atualidade e advogado especialista em Direito Constitucional, o americano Glenn Greenwald, que ganhou o Pulitzer por revelar os programas de vigilância global dos Estados Unidos pela NSA e que vive há anos no Brasil, tem declarado que está “chocado” com a mídia brasileira que, segundo ele, “finge ter imparcialidade mas age como a principal ferramenta de propaganda”. Ex-repórter do The Guardian, Greenwald atua em canais independentes, como o e Real News, o Democracy now e o e Intercept, do qual é um dos fundadores e por meio do qual denunciou a manipulação dos fatos realizada pela mídia brasileira. Foi a ele que a Presidente Dilma Rousseff , já afastada, concedeu sua primeira entrevista.
Revistas qualificadas como a Carta Capital denunciam o golpe midiático em curso, mostrando que os grandes jornais têm manipulado as notícias, a exemplo do O Globo, que publicou manchetes que diferenciavam o perfil dos manifestantes, contribuindo para deslegitimar um dos lados (veja reprodução das capas do O Globo). Redes de comunicadores, como a Mídia Ninja, que ganhou notoriedade durante as manifestações de 2013, vêm atraindo a atenção e o interesse das gerações mais novas, permanentemente conectadas.
Em seu editorial na última edição da Revista Unificar, intitulado “A aposta no midiota”, o Presidente do SINDMAR Severino Almeida Filho já alertava para o massacre midiático imposto aos brasileiros pelas oligarquias que dominam os principais meios de comunicação do país, visando à formação do que chamou de “midiotas”. Mas, frisou ele, também, que “a democracia é valiosa, pois o mesmo sistema que permite tal manipulação para proveito de poucos, também nos permite reagir”. Hoje, temos acesso irrestrito à informação. Neste contexto, a liberdade de imprensa representa um papel crucial. Em 3 de maio passado, celebrou-se o Dia Mundial da Liberdade de Imprensa. Uma boa oportunidade para a reflexão.
Na imensidão virtual, ao buscarmos conhecimento, é essencial procurarmos fontes qualificadas de informação e checarmos a veracidade dos fatos. Ao lado, separamos alguns veículos e seus respectivos links para quem quiser navegar por sites diferentes, que se propõem a apresentar fatos sob outras óticas. Vale anotar e visitá-los: