Informação foi confirmada pelo Sindicato dos Metalúrgicos
A empresa que administra o Estaleiro Rio Grande, no Sul do Estado, vai demitir 3,2 mil trabalhadores na cidade. A informação foi repassada pelo Sindicato dos Metalúrgicos durante assembleia com funcionários na manhã desta segunda-feira (12). A Ecovix, através de nota, confirmou o acordo com a categoria.
O estaleiro Rio Grande pertence à Ecovix, braço da Engevix, e empregava 3,8 mil pessoas em Rio Grande. No entanto, já chegou a contar com 12 mil trabalhadores. São cerca de R$ 6 bilhões em dívidas.
A empresa negociava com a Petrobras pagamentos e a continuidade de contrato para construção de mais três cascos de plataformas no Rio Grande do Sul. Como não houve acordo, as demissões foram confirmadas.
Apenas 200 trabalhadores seguirão atuando na manutenção da estrutura do estaleiro. Outros 300 continuam porque estão afastados.
Segundo o sindicato, as rescisões serão pagas dia 19, com dinheiro adquirido pela Ecovix da multa pela suspensão do contrato com a Petrobras. No dia 20, a empresa pode entrar com pedido de recuperação judicial.
“Na quarta-feira passada, já vinham conversando com a gente para demitir mil pessoas. Na quinta-feira, evoluíram para 1,5 mil. Na sexta-feira, disseram que a Petrobras resolveu rescindir o contrato e que eles não tinham mais o que fazer. E a gente começou a cuidar da tratativa para, pelo menos, garantir o pagamento do pessoal”, afirmou o presidente do sindicato, Benito Gonçalves.
Todos os trabalhadores demitidos terão plano de saúde por três meses e ticket refeição por quatro meses – tempo que pode levar o processo de recuperação judicial.
Ele ainda lamentou o fechamento dos postos de trabalho. “Acabaram com a gente. Estão acabando com o sonho do brasileiro. A única forma que tem de ser decente é ter trabalho e pagar as contas. Agora, nem isso”, afirmou.
Estaleiro Rio Grande
O Estaleiro Rio Grande começou a ser construído em 2006 pela empresa WTorre. Em seguida, o projeto foi vendido para a Engevix. Em 2008, o Governo Federal anunciou o projeto da fábrica de cascos – a primeira fábrica do mundo do setor naval. Em março de 2010, a Ecovix foi criada, a sigla que significa Engevix Construções Oceânicas.
O maior contrato foi assinado com a Petrobras para fabricar oito cascos de plataformas, ao custo de US$ 3,46 bilhões. O primeiro casco seria entregue em três anos. Depois, um casco a cada oito meses. A P-66 – primeira das oito – só ficou pronta em dezembro de 2014. O projeto da P-67 atrasou e metade foi feita na China. E só na última quinta-feira (8), a P-68 deixou o porto.
A empresa tem o maior dique seco da América Latina e dois pórticos de grande porte – um com capacidade para erguer peças de 600 toneladas e outro mair, para até 2 mil toneladas.
Confira na íntegra, a nota da Ecovix
“A Ecovix confirma o acordo com o Sindicato dos Metalúrgicos do Rio Grande aprovado hoje pela Assembleia de trabalhadores. A empresa mantém todos os esforços para buscar uma solução para o estaleiro Rio Grande após a entrega no dia 8 de dezembro do navio-plataforma FPSO P-68 à Petrobras. A Ecovix está em forte processo de reestruturação financeira e operacional e busca alternativas para retomada da sua operação no futuro.”
Fonte: Rede Gaúcha