Na manhã desta terça-feira (8), a representação sindical marítima se reuniu com o comandante do CIAGA, o Contra-Almirante Álvaro Valentim Lemos, ocasião em que o Sindmar apresentou a sua visão sobre a conjuntura do setor marítimo no Brasil e a atuação do Sindicato em defesa dos interesses de seus representados.
Sobre o mercado de trabalho, o presidente do Sindmar, Carlos Augusto Müller, ressaltou que, de cada três oficiais brasileiros empregados, dois estão atuando no apoio marítimo e um na cabotagem.
Müller destacou que os acordos coletivos de trabalho (ACT) firmados pelo Sindmar com as empresas abrangem mais de 90% dos postos de trabalho em que oficiais e eletricistas atuam.
“Nós negociamos com quase 100 armadores acordos coletivos que estabelecem, efetivamente, as condições de trabalho no setor marítimo. Então, o que define uma relação de trabalho justa e com previsibilidade para os marítimos, além de segurança jurídica, que é um ponto que os armadores prezam bastante, é o acordo coletivo”, salientou.
No que se refere à demanda por mão de obra no setor, o dirigente sindical reiterou que o Sindmar não tem dúvidas de que a Marinha tem um papel muito importante na formação do nosso pessoal.
Para o Sindmar, os oficiais devem ser formados, exclusivamente, pela Marinha do Brasil, seja por meio da formação regular nas Efomm ou por eventuais cursos de ACOM/N como possibilidade de progressão de carreira para os marítimos subalternos ou, ainda, pelo ASOM/N na hipótese de necessidade pontual em razão de rápido crescimento da atividade.
Contudo, Müller reiterou que os estudos divulgados pela armação propondo a formação de 5 mil oficiais em curto prazo são exagerados e não refletem a demanda atual na avaliação do Sindicato.
Além disso, a representação sindical abordou temas como a participação feminina no mercado de trabalho marítimo com a apresentação de dados do Indicador Sindmar Mulheres, a revalidação de certificados, o estágio supervisionado e o problema causado pelo padrão de QSMS nas embarcações estrangeiras afretadas pela Petrobras, bem inferior às condições exigidas nas nacionais.
Após o encontro na sede do Sindmar, o comandante do CIAGA fez uma visita à Fundação Gente do Mar (FGMar) acompanhado por dirigentes sindicais e pelo coordenador da entidade, Mario Calixto.
Da esquerda para a direita: Gustavo Menezes (diretoria do Sindmar), Tenente Luciana Lopes Paiva, Carlos Müller, Contra-Almirante Álvaro Lemos, Mario Calixto e José Serra (diretoria do Sindmar)
“Para mim, foi uma satisfação muito grande em ver o estado da arte que se encontra aqui no Sindmar. Nós buscamos elevar o nosso País não só na parte intelectual, mas as empresas, as indústrias, no nosso caso, o setor marítimo de uma forma geral. E para isso a gente conta com instituições como esta, para que a gente coloque o profissional certo no lugar certo e com conhecimento, com segurança para evitar acidentes no mar (…). Aqui, o que me foi apresentado, são ferramentas que a gente pode utilizar, nós como brasileiros, podemos utilizar para ter uma boa eficiência no mar”, declarou Lemos.