A Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes Aquaviários e Aéreos, na Pesca e nos Portos – CONTTMAF acredita que a Transpetro vem propositalmente criando obstáculos à adoção do regime 1×1 de trabalho e repouso, demonstrando que não está em busca do desenvolvimento das relações de trabalho de seus empregados marítimos nem considera as graves consequências da fadiga nas tripulações dos navios que opera, adotando perigosas medidas de contenção de custos que mascaram prejuízos futuros, além de constantes intimidações da administração contra aqueles que ousam questionar tais absurdos.
Em Ofício enviado à presidência da empresa, a CONTTMAF denuncia a falta de seriedade da administração da Transpetro, levando os marítimos a “se sentirem em um navio desorientado em meio a grandes vagas desencontradas, prestes a naufragar, com parte da tripulação desaparecida, sem comando confiável e sem procedimentos eficazes que lhe possibilitem navegabilidade”. Faltando pouco mais de 30 dias para o fim do prazo previsto na cláusula 56ª do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) Marítimos Transpetro 2015-2017, nenhum estudo foi efetivamente desenvolvido visando a implantação do regime 1×1. Até agora, a empresa não se permitiu adentrar na discussão sobre quando pretende iniciar o novo regime e nem mesmo como pretende implantá-lo, se é que realmente pretende, esforçando-se apenas para dilatar o recesso entre as reuniões do mencionado fórum com o claro objetivo de postergar a discussão e fugir da temática do regime de embarque mais uma vez.
É importante lembrar que a cláusula 56ª do ACT, que definiu um fórum de discussão de regime de embarque, foi construída com a participação da Ministra Kátia Arruda, no TST, tendo como contrapartida o encerramento da greve dos marítimos na Transpetro. No entanto, as ações da empresa, ou a falta delas, após a assinatura do ACT, apenas confirmam o que a Organização Sindical Marítima já havia antecipado sobre o comportamento falacioso da atual administração.
Leia a íntegra do Ofício enviado pela CONTTMAF à Transpetro.