Forte correnteza impediu novamente a entrada e saída de navios no complexo
Após ser aberto na última sexta-feira (16/10), com restrições, o canal que dá acesso aos portos de Itajaí e Navegantes voltou a ser fechado no sábado. Pela manhã foram feitas duas avaliações, porém, a Capitania dos Portos decidiu interromper as atividades durante todo o fim de semana por questões de segurança. Com isso, dois navios e um rebocador permanecem atracados no complexo. Além disso, quatro navios e um rebocador estão fundeados aguardando a liberação do canal.
A forte correnteza que provocou a interrupção do canal é causada pelas chuvas dos últimos dias e a elevação do nível do rio Itajaí-Açu. De acordo com a Praticagem, a primeira avaliação da correnteza ocorreu por volta das 8h40min e apontou 4,1 nós. Duas horas mais tarde, a corrente diminuiu para 2,8 nós, o que fez com que os práticos sugerissem a saída dos navios. No entanto, a Marinha preferiu manter o canal fechado por segurança – o limite permitido para navegação é de até 2 nós. Uma nova avaliação foi feita na manhã de domingo, mas a decisão foi mantida.
A Praticagem informou ainda que, somente nesta semana, houve quatro desistências de navios. Outros três foram desviados antes de chegar à região. Na sexta-feira, quando completou uma semana de fechamento, a barra pôde ser reaberta e três navios e um rebocador conseguiram atracar nos portos.
Perdas chegam a US$ 40 mil por dia
Para os operadores que decidiram manter as escalas, as perdas são de, em média, US$ 40 mil por dia parado. Os prejuízos para o trade ainda são incalculáveis: perdem-se prazos de contratos e na logística de transporte. Além disso, os trabalhadores ficam sem escalas de serviço – problema sentido principalmente no Porto de Itajaí, em que os portuários são chamados somente quando há movimentações de navios.
O fechamento também pode fazer com que a prefeitura de Itajaí decrete emergência. A ideia é que, com o decreto, seja possível pleitear uma dragagem de emergência junto ao governo federal. A draga Catarina, que fazia a manutenção no canal, não tem capacidade para o aprofundamento na atual situação. Hoje, o canal de acesso aos portos perdeu cerca de dois metros de calado e está com 10,5 metros de profundidade.
Além disso, os práticos aguardam o resultado de um estudo batimétrico para saber como está fundo do canal. Com a correnteza, a lama se acumula e forma bancos que podem encalhar os navios.
Fonte: O Sol Diário