Colaborar com o sindicato que defende a sua categoria vai muito além de destinar uma contribuição mensal para a entidade. A união é que faz a representação sindical. A participação de todos fortalece a estrutura e a imagem do SINDMAR na luta por direitos e melhores condições de trabalho para os Oficiais da Marinha Mercante, e nos leva a novas vitórias em todas as nossas áreas de atuação.
Em palestras e reuniões das quais participa, com Oficiais e suas tripulações, e também com futuros marítimos, o Diretor-Procurador do SINDMAR, Marco Aurélio Lucas, costuma ressaltar que “sindicato significa união e a sindicalização é fundamental para fortalecer a estrutura sindical. Somente um sindicato forte como o SINDMAR pode fazer frente aos interesses dos empregadores e, tendo conquistado o que já conquistou, manter essas conquistas. Sindicatos fortes pressupõem categorias fortes, portanto, se queremos crescer, devemos estar sindicalizados”, destacou Lucas.
O Oficial Superior de Máquinas (OSM) e consultor jurídico da CONTTMAF, Edson Areias, alerta que sempre haverá comentários negativos e pessimistas de pessoas contrárias à união sindical e explica o motivo: “Um sindicato como o nosso incomoda muito porque já garantiu várias conquistas históricas, dentre as quais a mais recente e muito importante, o regime de trabalho e descanso de 1×1. Quando um sindicato incomoda, promovem-se campanhas antissindicais, sob o falso pretexto da defesa da liberdade contratual. Mas essa é uma liberdade teórica, pois sempre haverá conflito de interesses entre empregados e patrões, estes últimos pouco propensos a abrir mão de todo o lucro que puderem obter. Desse modo, as negociações em grupo são o único modo de o trabalhador garantir, na prática, melhores salários e condições de trabalho”.
A Revista Unificar ouviu três profissionais – um eletricista, um 1º Oficial de Máquinas (1OM) aposentado, que está voltando ao mercado; e um condutor, futuro 2º Oficial de Máquinas (2OM), a respeito do que pensam sobre a importância da participação na vida sindical:
Thiago Luciano de Sousa – Eletricista na empresa Farstad
“Sou sindicalizado desde a minha formação, há três anos. Fiz isto de modo automático, para me familiarizar com a Marinha Mercante. Depois, estreitei o vínculo com o SINDMAR, quando um dos diretores, que conhecia o meu histórico acadêmico, enviou um e-mail para uma empresa indicando o meu nome para um estágio. Dois dias depois, me ligaram para avisar que eu havia sido aceito e informaram que a recomendação tinha pesado ao me escolherem. As pessoas, muitas vezes, não têm noção da força do SINDMAR. Toda e qualquer conquista que nós temos a cada dois anos, nos acordos coletivos de trabalho, reflete diretamente a atuação do Sindicato. Quando tentam nos tirar algum benefício – e isto não acontece – tem a ‘mão’ do SINDMAR. Infelizmente, muita gente nem procura saber disso e acaba tendo uma visão equivocada da atuação do Sindicato. Tenho uma gratidão enorme pelo que o SINDMAR fez por mim e me sinto protegido. Hoje, o País está passando por um momento delicado, pessoas estão sendo mandadas embora. Sozinha, uma pessoa terá dificuldade em saber como se recolocar no mercado, mas o Sindicato tem os dados e acompanha a situação. Acho que os nossos companheiros precisam vir ao SINDMAR para buscar informações, para entender que o Sindicato não é só uma bandeira bonita, mas que ele luta de verdade para que o trabalho na Marinha Mercante seja cada vez melhor.”
Severino Ferraro da Luz – 1OM, aposentado
“Até ir para um quadro de terra, na Petrobras, quando passei para o Sindicato dos Petroleiros, eu era associado ao SINDMAR. Agora, 22 anos depois, aposentado, quero voltar a embarcar e, por isso, estou voltando ao SINDMAR. Meu objetivo é fazer embarque supervisionado na Transpetro. O sindicato representa a atividade de uma classe. Você não tem representatividade nenhuma sozinho, precisa de quem o represente.
A força do SINDMAR depende da participação e da contribuição de todos. Se as pessoas não pensarem dessa forma, cada um vai viver por conta própria. E quem resolve alguma coisa sozinho? Estou feliz em estar de volta!”
Ivan Claudio Gonçalves – Condutor de Máquinas
“Por enquanto sou filiado ao Sincomam (Sindicato Nacional dos Condutores da Marinha Mercante e Afins), mas como farei o ACOM (Curso Especial de Acesso a 2º Oficial de Máquinas) e, na ascensão de carreira, pretendo me tornar Oficial de Quarto de Máquinas, nesta ocasião me filiarei ao SINDMAR. O motivo para eu me sindicalizar é, sobretudo, o fato de o SINDMAR ser muito respeitado nas empresas, embarcações e entre os marítimos. As pessoas logo pensam: ‘Se o SINDMAR está lá, então a coisa é séria’. Sabemos que o SINDMAR dá respaldo, dá suporte aos seus representados em vários aspectos: profissional, jurídico, com relação à documentação, até diversão e lazer. Quem não conhece o trabalho do SINDMAR, não sabe o que isso significa. Quando você tira dinheiro do seu bolso para a contribuição sindical, tem mais vantagens do que se imagina. O Sindicato também ajuda quem está desempregado, ‘na pedra’ como se diz. Quem não se sindicaliza fecha uma porta. Eu, hoje, quero chegar a ser sindicalizado pelo SINDMAR porque o reconheço como o sindicato mais atuante e respeitado entre os marítimos. Toda a evolução da carreira do marítimo está vinculada ao SINDMAR.”
O Analfabeto Sindical
O pior analfabeto é o analfabeto político. O pior analfabeto é o analfabeto sindical. Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos. Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos sindicais. Ele não sabe que o custo de vida, o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do remédio dependem das decisões políticas. Ele não sabe que a jornada de trabalho, o tempo de repouso, a assistência médica sua e de sua família, as acomodações a bordo, a segurança do trabalho, os equipamentos de segurança, sua remuneração, suas diárias, os postos de trabalho, inclusive o que ele ocupa, a conquista e manutenção de seus direitos e vantagens dependem das decisões e das lutas capitaneadas pelo Sindicato. O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a política. O analfabeto sindical é tão burro que estufa o peito dizendo que odeia o Sindicalismo e os Sindicalistas. Não sabe o imbecil que, da sua ignorância política, nasce a prostituta, o menor abandonado, e o pior de todos os bandidos, que é o político vigarista, pilantra, corrupto e lacaio das empresas nacionais e multinacionais. Não sabe o imbecil que, da sua ignorância sindical, nascem a empresa pirangueira, o trabalhador espoliado, os acidentes de trabalho, as demissões em massa, a desnacionalização das empresas e do trabalho, e o pior de todos os bandidos, que é o falso trabalhador e o falso sindicalista: vigarista, pilantra, corrupto e lacaio das empresas nacionais e multinacionais. Texto de Bertolt Brecht (“O analfabeto político”), em livre adaptação de Edson Areias