Por Carlos Müller – Secretário-adjunto de Relações Internacionais da CTB
Prezadas companheiras e companheiros do Fórum de Sindicatos do Brics,
Em nome do presidente nacional da CTB, Adilson Araújo, felicitamos a unidade conquistada pelo BRICS Sindical na defesa do trabalho, da recuperação dos salários e dos direitos e na promoção da unidade dos povos na luta contra as desigualdades, contra os bloqueios e as sanções econômicas.
A centrais brasileiras CTB, CUT, Força Sindical, UGT, CSB e NCST saúdam a Federação dos Sindicatos Independentes da Rússia (FNPR) e a Confederação dos Trabalhadores da Rússia (KTR) pela realização deste 13º Fórum Sindical do BRICS em Sochi, da mesma forma com que saudamos a todas as demais delegações presentes.
É com grande satisfação que participamos na abertura deste fórum no mesmo dia em que comemoramos a data nacional de Independência do Brasil, hoje, 7 de setembro. Em 1822 o Brasil superou mais de 300 anos na condição de colônia europeia e se tornou uma nação independente, com enormes desafios para alcançar sua plena soberania. Somos, portanto uma nação jovem, com 202 anos de independência e 35 de regime democrático.
O quadro internacional hoje aponta para uma multipolaridade crescente que se contrapõe ao hegemonismo e para crescimento do bloco de nações que buscam a proteção de sua soberania, o crescimento econômico e o progresso social compartilhados, a segurança e a paz entre as nações, o que vem sendo construído com grande contribuição dos países do BRICS.
A agressividade do controle hegemônico da economia, que desde o fim da Guerra Fria tenta barrar o surgimento de qualquer força capaz de lhe fazer concorrência ou reduzir o seu domínio em qualquer parte do mundo, é a maior demonstração da profunda crise e da decadência desse modelo atual baseado no dólar como moeda internacional, na financeirização, no poderio militar e nos bloqueios comerciais e econômicos.
Prezados companheiros e companheiras, felizmente o Brasil conseguiu dar um importante passo para manter a democracia com a eleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, deixando para trás um período sombrio em que convivemos com um governo negacionista, que enfraqueceu a Democracia, tentou eliminar os sindicatos, aumentou a pobreza e as desigualdades sociais em nosso país.
Nesse sentido, nossas Centrais sindicais têm buscado atuar em unidade defendendo um projeto nacional de desenvolvimento sustentável, ancorado na retomada da industrialização, no avanço da ciência, da tecnologia e da inovação para geração de empregos de qualidade que possibilitem o crescimento da renda dos trabalhadores, a redução das desigualdades e a promoção da justiça social, com participação efetiva de um movimento sindical forte e representativo.
Vemos com satisfação que o bloco do BRICS se fortalece e pode ter participação central nessa nova ordem mundial. Consideramos importante que os nossos países possam apoiar a Coalizão Global pela Justiça Social, estabelecida pela OIT com apoio do governo do presidente Lula. Trata-se de uma iniciativa que entre outras ações busca combater a fome no mundo. Não temos dúvidas de que a garantia de segurança alimentar é uma condição essencial para que nossos países possam almejar passos mais significativos.
Na continuidade do nosso trabalho e esforços conjuntos, recordamos que caberá ao Brasil a presidência do Brics no próximo período. Fazemos um fraterno convite às organizações coirmãs para que estejam presentes no 14º BTUF no Brasil, em local que será ainda definido pelo nosso governo, e na COP-30 que ocorrerá em novembro na cidade de Belém, na região amazônica.
Por fim, saudamos e apoiamos a proposta da presidência russa de estabelecer um estatuto para admissão de novas organizações no Fórum Sindical do Brics 2024.
Vida longa ao Fórum Sindical do Brics!
Long life to the BTUF!
Muito obrigado!
Sochi, 7 de setembro de 2024.