Uma oficial lotada no navio Veracruz, da CMA CGM – Mercosul Line, revelou ter sido vítima de atos de assédio e intimidação por parte de um grupo de marítimos estrangeiros que estão embarcados no porta-contêineres Express France, de propriedade da mesma empresa. O caso teria ocorrido neste sábado, 9, no Porto de Chibatão, em Manaus (AM), dentro de um veículo que fazia o transporte dos tripulantes entre a portaria e o píer onde os navios ficam atracados.
Segundo a representada do Sindmar, durante o trajeto os homens fizeram piadas de cunho sexual e chegaram a tocar em seu corpo, afirmando que queriam levá-la para o navio deles. Em outro momento, a oficial foi agarrada por trás por um dos estrangeiros, até que conseguiu se desvencilhar e retornar para o seu navio.
Ao longo do dia, o Sindmar apurou que a CMA CGM não estava colaborando efetivamente para que a vítima pudesse ir até uma delegacia registrar a ocorrência, o que é inaceitável. Não cabe à CMA CGM decidir se um possível crime deve ou não ser denunciado, este é um direito da tripulante que a empresa é obrigada a assegurar.
O Sindicato ressalta que, por se tratar de navios do mesmo armador, os interesses econômicos da CMA CGM, na França, podem estar representando um obstáculo. Sendo assim, estamos cobrando da empresa que coloque em prática aquilo que prega em suas políticas internas, garantindo a segurança e o bem-estar da trabalhadora em primeiro lugar, antes que as embarcações deixem o porto e isso prejudique as investigações.
Devido à demora nessa providência por parte do armador, o Sindmar está empreendendo todos os esforços junto às autoridades para que a Polícia Civil vá a bordo dos navios para averiguações.
Leia a íntegra do ofício que o Sindmar enviou à CMA CGM.