O ministro da Economia da Argentina e candidato à presidência do país, Sergio Massa, afirmou, em visita ao Brasil na última segunda-feira (28), que ambos esperam retomar a relação bilateral para aumentar a sua frota.
O pronunciamento foi feito a jornalistas após ele se reunir, a portas fechadas, com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em Brasília.
“Nós retomamos a iniciativa conjunta de Brasil e Argentina para a construção de nossa frota, um processo que construímos ao longo de 20 anos e foi interrompido no governo Bolsonaro”, declarou, sobre a decisão do ex-presidente de não renovar o Convênio sobre Transporte Marítimo em 2021.
Além de temas relacionados à navegação, foram abordados, no encontro, a possibilidade de se estabelecer uma cooperação entre o Banco do Brasil, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e o Banco de Desenvolvimento da América Latina e Caribe (CAF), que poderá garantir um acordo de US$ 600 milhões para financiar exportações ao país vizinho.
A iniciativa, contudo, ainda precisa de aprovação do conselho gestor do CAF, que se reunirá no dia 14 de setembro.
Cabe lembrar que a Conttmaf vem se reunindo com a representação sindical laboral e patronal de Brasil e Argentina para cobrar um posicionamento dos países a respeito da retomada dos acordos bilaterais.
Conforme destacou o presidente da Conttmaf, Carlos Augusto Müller, durante o Seminário de Coordenação Nacional da entidade, o fim dos acordos bilaterais trouxe enormes prejuízos aos países do Mercosul.
Para se ter uma ideia, o número de TEUs transportados com bandeira brasileira caiu de 341 mil em 2021 para 101 mil em 2022. São quase 240 mil a menos, segundo dados da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) e da Associação Brasileira dos Armadores de Cabotagem (Abac).
“É essencial trazer, novamente, a proteção da marinha mercante nacional para a pauta governamental e retomar as parcerias, para que nossos países tenham condições de avançar em acordos comerciais entre blocos, como é o caso do acordo entre o Mercosul e a União Europeia, em condições justas para os nossos trabalhadores, considerando que o controle das empresas marítimas está majoritariamente posicionado no hemisfério Norte global”, ressaltou Müller.
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