No último dia 25, representantes da FNTTAA e da Conttmaf se reuniram com os membros do Conselho de Administração da Federação Marítima Portuária e da Indústria Naval da República Argentina (FeMPINRA), em Buenos Aires, para avaliar a realidade dos trabalhadores desses setores nos dois países.
Após um período de afastamento e mais de dois anos de pandemia, os sindicatos se reaproximaram com o objetivo de promover a troca de informações que poderá resultar em estratégias em comum para lidar com questões importantes para os trabalhadores da região e enfrentar as ameaças aos empregos de marítimos e portuários, em boas condições, em ambos os países.
Os sindicalistas fizeram um alerta quanto ao perigo da estratégia monopolista de empresas que transnacionais cujo objetivo é concentrar a logística, causando danos à soberania dos países e, muitas vezes, atacando as condições laborais.
Identificamos vários pontos em comum entre os nossos países. Um dos principais se refere ao fato de que as grandes empresas do hemisfério norte que controlam o nosso setor, tanto nos portos quanto nos navios, buscam impor aos trabalhadores brasileiros, argentinos e de outros países da América Latina uma realidade de trabalho internacional em condições inferiores àquelas que temos hoje e que nos custaram muito esforço e luta coletiva para conquistar”, afirmou Carlos Müller, presidente do Sindmar e da Conttmaf.
As entidades identificaram como principais pontos comuns:
- o objetivo comum de estimular o desenvolvimento profissional, econômico, social, cultural e de segurança dos trabalhadores dos setores em que atuam suas entidades sindicais representadas em seus respectivos países;
- o interesse mútuo em unir esforços para estabelecer linhas de ação que favoreçam a preservação e o desenvolvimento da marinha mercante nos respectivos países.
Além de acordarem os seguintes princípios:
- Promover o emprego de trabalhadores em condições justas nas atividades marítimas, cabotagem, navegação interior, pesca e nos portos dos respectivos países.
- Coordenar a troca de informações para um melhor desempenho das entidades filiadas; promover a participação democrática e a unidade sindical nas atividades de interesse comum, buscando maior benefício mútuo.
- Divulgar as oportunidades identificadas às entidades filiadas para o desenvolvimento das relações sindicais e a incorporação de novas tecnologias e mudanças na legislação internacional ou na área do Mercosul.
Avaliamos que, juntos, nós temos mais força. Sempre que brasileiros e argentinos trabalharam juntos na área sindical marítima, irmanados no mesmo sentimento de buscar condições melhores para seus representados, nós conseguimos alcançar maior efetividade na luta coletiva. O que desejamos é que a nossa realidade, a condição dos trabalhadores que representamos, seja respeitada e não que venha alguém de fora, como os grandes armadores internacionais, determinar nos países em que atuamos quais serão as condições de trabalho que deverão ser aplicadas. E, para isso, temos que estar mobilizados, dispostos a agir coletivamente”, concluiu Müller.