O comportamento da Siem Offshore não deixa dúvidas de que a empresa espera ter seus lucros aumentados em prejuízo das condições de trabalho, do regime de embarque, das remunerações e dos benefícios dos oficiais e eletricistas que emprega.
A última proposta de acordo coletivo de trabalho – ACT oferecida apresenta perdas para os trabalhadores, nos moldes do ela que já vinha fazendo por meio da Associação Brasileira das Empresas de Apoio Marítimo – Abeam nos últimos anos.
Em 1º de setembro, o Sindmar enviou proposta à Siem juntamente com um ofício que relatava a rejeição dos oficiais e eletricistas ao acordo pretendido pela Abeam, ocasião em que os marítimos também se posicionaram pela convocação de assembleia para definir uma mobilização mais efetiva.
Três semanas depois, houve reunião virtual com a empresa, ocasião em que a proposta foi discutida. Decorrido um mês sem qualquer manifestação por parte da Siem, o Sindmar questionou se ela ainda estaria disposta a prosseguir com a negociação do ACT. Em 28 de outubro, a armadora enviou uma contraproposta que foi amplamente debatida com oficiais e eletricistas nos últimos dias.
Lamentavelmente, a proposta não traz um conjunto de cláusulas com avanços que traduzam condições adequadas e justas. Pelo contrário, demonstra um comportamento desrespeitoso, que deixa claro os reais objetivos da Siem ao oferecer um ACT que, em diversos pontos, não alcança minimamente as cláusulas que o Sindmar já acordou com quase 30 empresas e mais de 200 embarcações do apoio marítimo, correspondendo a aproximadamente 75% dos postos de trabalho dos representados do Sindmar no setor. A Siem chega a propor um retrocesso no regime de embarque, oferecendo 35×35 dias em vez dos 28×28 dias já praticados.
O Sindmar informou à empresa que a proposta foi rejeitada por não representar qualquer avanço em relação ao acordo oferecido pela Abeam, o qual foi recusado por 100% dos oficiais e eletricistas da Siem que participaram da consulta.
Acesse a mensagem circular e o ofício enviado à empresa.