Em ofício encaminhado à Diretoria de Transporte Marítimo da Transpetro neste sábado, 26, o Sindmar cobra as devidas informações sobre as circunstâncias que levaram à morte de um comandante e um chefe de máquinas, vítimas de Covid-19.
Os oficiais foram contaminados enquanto trabalhavam embarcados em navio da empresa ou estavam em isolamento pré-embarque, mas até o momento o Sindmar não recebeu da Transpetro qualquer informação a respeito das mortes. Tampouco foi convidado a participar das comissões de apuração das fatalidades, como está estabelecido tanto no acordo coletivo de trabalho – ACT vigente quanto no sistema de gestão da empresa.
O Sindmar ressalta o descuido por parte da administração da Transpetro, nos últimos meses, em dar continuidade à prevenção da Covid-19 entre os marítimos. Um exemplo é o fato de a empresa continuar a receber a bordo dos seus navios pessoas estranhas à tripulação, que não passaram pelo mesmo protocolo de prevenção.
Essa atitude de negligência em relação aos seus trabalhadores ocorre num momento em que a Transpetro tem sua atenção focada na tentativa de impor um ACT discriminatório, mediante coação e intimidação dos marítimos. Enquanto isso, observa-se o aumento de falhas gerenciais graves que impactam as condições de trabalho, a segurança e a saúde dos seus tripulantes.
O Sindicato considera que um preço muito alto está sendo pago por quem está a bordo e tem sua vida posta em risco por decisões de gestores que buscam tão somente relatar belos números em planilhas. Em alguns casos, a perda é ainda mais brutal e sentida também pelas famílias que veem o marítimo deixar o lar para embarcar nos navios da Transpetro e recebem de volta um caixão lacrado ou urna funerária, sem terem sequer a chance de uma despedida apropriada.
O Sindmar recomenda à Transpetro que reflita sobre o futuro que pretende estabelecer para a relação laboral de seus marítimos, já que até para uma classe naturalmente ordeira e disciplinada, cuja atividade exige resiliência e determinação, há limites para o que se está disposto a suportar.
Leia a íntegra do ofício enviado à Transpetro.