O Sindmar enviou ofício à Marlin Navegação, após a empresa ter informado a seus marítimos que seguirá praticando o regime de embarque 56 x 56 e que não há previsão para a volta dos turnos de 28 dias. No documento, o Sindicato afirma que o combate à Covid-19 não serve de justificativa para a Marlin continuar a praticar esse regime diferenciado.
O Ministério Público do Trabalho – MPT orienta as empresas a seguirem o protocolo de segurança e combate ao novo coronavírus implementado pela Anvisa, que estabelece isolamento em hotel e a realização de teste do tipo RT-PCR antes do embarque, recomendando que as empresas retornem aos regimes de embarque usuais.
O Sindmar considera que a insistência da Marlin em praticar um regime exaustivo e sua falta de disposição em negociar um acordo coletivo de trabalho demonstram desrespeito com os marítimos, evidenciando que o compromisso da empresa é exclusivamente aumentar seu lucro, em detrimento do bem-estar dos trabalhadores.
Está comprovado que o excesso de horas trabalhadas a bordo traz impactos nocivos à saúde dos marítimos, levando à fadiga e aumentando o risco de acidentes. O embarque de 28 dias permite períodos de descanso em terra com frequência compatível com uma condição mais segura a bordo.
O Sindmar lembra que o direito de os trabalhadores se mobilizarem coletivamente ao se sentirem desrespeitados, organizados por seus sindicatos, buscando defender seus interesses, continua garantido na Constituição Federal. Essa é a arma efetiva de que os trabalhadores brasileiros dispõem diante do comportamento abusivo por parte de quem os emprega.
Leia a íntegra da mensagem enviada aos oficiais e aos eletricistas da Marlin.